computação em nuvem

Contextualizando os Serviços de Computação em Nuvem (Cloud Computing)

Antes de termos computadores por toda a nossa volta, lá pela metade da década de 1970, quando, embora alguns computadores de grande porte, os mainframes, já estivessem em uso em grandes corporações, os microprocessadores foram introduzidos no mercado e pessoas comuns e empresas começaram a comprar computadores para seu uso diário.

Sua utilidade foi logo sendo descoberta, principalmente para os setores que lidavam com dados de clientes e precisavam fazer cálculos e imprimir papeis, como folhas de pagamento ou cobranças. Aumentar sua capacidade de processar informações, com menos pessoas datilografando e calculando com calculadoras de mesa, significava não apenas maior lucratividade, mas também uma excelência nos serviços prestados.

Neste cenário, era comum ter empresas terceirizando processamento. No Brasil da década de 1980, escritórios de contabilidade, por exemplo, mantinham apenas um ou dois computadores onde digitavam os dados, e mantinham arquivos de texto com dados de funcionários e contas de seus clientes, terceirizando o cálculo e a impressão de folhas de pagamento e outros documentos. Esta terceirização já era uma forma do que chamamos hoje de Cloud Computing ou Computação em Nuvem.

Os computadores e outros periféricos foram ficando mais baratos e acessíveis.  Naturalmente as empresas passaram a ter suas próprias redes corporativas, com softwares cada vez mais avançados, fazendo com que este tipo de serviço fosse ficando obsoleto.

A internet se popularizou, as transferências de dados passaram a ser simples, a produtividade aumentou, a quantidade de dados aumentou e a demanda de processamento também. Computadores pessoais já não eram mais suficientes, precisávamos de servidores corporativos. Chegamos a um ponto em que novamente pode ser mais atrativo terceirizar esta infraestrutura.

Este serviço na verdade sempre existiu. São as prestadoras de serviços de Data Center. A diferença é que este tipo de serviço foi sempre oscilando sua viabilidade dependendo do tamanho das empresas e da tecnologia disponível. Hoje temos hardware e softwares mais avançados e pessoas comuns podem configurar sua infraestrutura de Data Center apenas criando um login em um website.

Cloud Computing nos Dias de Hoje

O mais curioso sobre Computação em Nuvem é que não existe “nuvem”; existem servidores ou computadores de outras empresas.

Quando você contrata um serviço de Cloud, você está na verdade terceirizando os serviços de armazenagem e processamento de informações, no lugar de ter sua própria infraestrutura de TI. É como um Data Center configurável através de um website e acessado pela internet. Você cria seu login, configura quanto de espaço em disco você quer, quais softwares você vai usar e como tudo irá funcionar, e em alguns minutos, você está com tudo pronto. Este website onde você configura seus recursos é o gerenciador do Data Center. Se você precisa de mais memória, você entra com o seu login e adiciona mais memória à sua conta. Estes recursos são todos compartilhados entre vários servidores e com outros usuários, e alocados e isolados propriamente pelo software controlador do Cloud.

Nos antigos Data Centers, além de você precisar ter seu próprio servidor, já que não havia tecnologia para o compartilhamento de recursos, um técnico deveria ir fisicamente ao seu servidor para colocar mais pentes de memória. Esta é umas das razões de hoje termos preços mais competitivos.

A origem da palavra Cloud ou Nuvem, entre outros termos como Software as a Service (SaaS), para designar este tipo de serviço é assunto para outro artigo.

Devo usar Computação em Nuvem? Cloud Computing é bom para minha empresa?

Sobre um certo ponto de vista, gerir e administrar empresas envolve gestão de custos, benefícios e riscos. Para tomar a decisão de terceirizar ou não sua infraestrutura de TI, convém uma análise das diferenças entre os dois cenários.

– Vários clientes questionam sobre confiar seus dados à prestadora de Cloud.

  • Cloud: Seus dados são protegidos por contrato. Não serão bisbilhotados e apenas serão usados para estatísticas de mercado, utilização e melhoria de serviços.
  • Servidores Próprios: Seus dados não fariam parte da estatística da provedora.

Comentários: Se pensarmos bem, todo o nosso tráfego de internet já está na estatística. Telefonemas, smartfones, câmeras de trânsito, sua conta bancária, cartões de crédito, dados de compras on-line, rastreamento de pacotes, mapas de navegação, e uma infinidade de serviços que utilizamos já estão na “nuvem”, e nem questionamos essa confiança. Seria conveniente ler com atenção o contrato da prestadora sobre os seus dados.

– Alguém agindo de má-fé poderia fazer uso indevido dos seus dados.

  • Cloud: Algum funcionário da prestadora poderia copiar os seus dados e vendê-los, ou publicar na internet ou mesmo tirar vantagens para si mesmo.
  • Servidores Próprios: Algum funcionário da sua empresa também pode capturar estes dados e fazer o mesmo.

Comentários: É difícil ter proteção ou se precaver contra a má-fé das pessoas, mesmo dentro da empresa. Isto pode acontecer em qualquer situação. Assim como dentro da sua empresa, a provedora também tem seus procedimentos e controles internos, no entanto se isto acontece e há uma lesão, o caminho jurídico seria o mais aconselhável para se obter algum tipo de compensação. Acionar juridicamente a provedora de Cloud seria mais conveniente.

– Meus dados estão seguros?

  • Cloud: Sendo especializados neste serviço, a provedora realiza qualificados e certificados planos de backup e de continuidade.
  • Servidores Próprios: Você deve fazer os seus backups e ter seus próprios planos de continuidade.

Comentários: Embora a provedora de Cloud faça eficientes planos de continuidade, é aconselhado que façamos nossos próprios backups, claro que sem a necessidade dos procedimentos que devemos seguir quando temos nossa própria estrutura de TI, mas devemos fazer backups em qualquer situação.

– Um Hacker poderia “Hackear” a sua conta e ter acesso aos seus dados?

  • Cloud: Hoje em dia, a quebra de chaves de criptografia é impossível para os cidadãos normais. Mesmo para especialistas como agências de espionagem ou organizações deste tipo, é um processo lento e nada simples.
  • Servidores Próprios: O mesmo acima se aplica neste caso.

Comentários: Os ataques de hackers e vazamento de informações são, na grande maioria dos casos, devido ao uso de engenharia social. Os usuários são enganados ou induzidos, como no “conto do bilhete premiado”, a entrar com seus dados ou permitir acessos de outras pessoas de alguma forma. Um e-mail falso é o mais comum, mas existem outras e mais criativas maneiras de fazer isso. Mesmo que seus dados estejam nos seus servidores dentro de sua empresa com segurança de acesso físico e digital, o risco de engenharia social é praticamente o mesmo, e dependendo do caso, pode ser maior em um lado ou em outro.

– Os serviços de Nuvem podem ser lentos?

  • Cloud: Alguns serviços de rede, como compartilhamento de arquivos e redes corporativas, exigem alta velocidade de conexão de rede. Nestes casos, ficam dependentes da banda de internet disponível, o que pode causar certa lentidão. Em caso de alto processamento e escalabilidade, é fácil e instantâneo aumentar a capacidade.
  • Servidores Próprios: Serviços que exigem alto processamento e escalabilidade demandam um maior gerenciamento, envolvendo infraestrutura e pessoal. Já não se tem problemas com a velocidade de conexão, uma vez que a rede é local.

Comentários: Depende do serviço que se deseja utilizar. Alguns se aplicam melhor ao Cloud e outros aos próprios servidores. Redes corporativas para compartilhamento de arquivos e impressoras, e servidores de políticas de segurança poderiam apresentar lentidão.

Considerações finais

Nem sempre é verdade que os custos dos serviços de Cloud seriam significativamente mais atrativos do que manter a própria estrutura de TI. Isto irá depender do tamanho da empresa e da quantidade e tipo de recursos que se necessita.

A grande vantagem dos serviços de Cloud é a facilidade de se poder comprar mais recursos instantaneamente ou até automaticamente e a não necessidade de ter um setor de TI especializado.

Os riscos em usar um Cloud ou ter própria estrutura são praticamente os mesmos. Contratar ou não serviços de Nuvem dependerá basicamente do tipo de serviço, uma decisão técnica eu diria, onde o ponto crucial da decisão é de fato a aplicabilidade ou não do serviço levando em conta fatores como desempenho e escalabilidade e custos; não os riscos.

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